domingo, 28 de outubro de 2012

Segredos, dúvidas e devaneios no cais IV




- Nas últimas duas semanas os Estados Unidos esteve fixado à televisão assistindo aos debates presidenciais, ainda mais influenciados por um possível emparelhamento na disputa pelos votos. Temendo mais um mandato fora da Casa Branca, a ala mais conservadora do Partido Republicano passou a injetar mais fôlego (financeiro e político) no candidato Mitt Romney, uma espécie “bushiana” mais familiar e de acordo com os padrões de reacionários norte-americanos. É bastante comum ouvirmos que os dois partidos, o Republicano e o Democrata, são praticamente iguais, que pouco difere na prática política. Conceito muito simplista e despido de qualquer senso crítico! O discurso é sensivelmente discordante. Aproximam-se em alguns pontos, é verdade, mas logo surgem significativas discordâncias. Discordâncias que podem determinar não só o futuro daquele país, mas de todo as regiões que ainda permanecem vítimas do imperialismo norte-americano. Certamente Obama não significa o fim desse exercício predatório, mas Mitt Romney simboliza a sua retomada, o fortalecimento dessa prática.


Nem tão iguais assim


- Já que o assunto é eleição, olhemos para a que está acontecendo na vizinha Cidade de Pelotas. Não dá para deixar de lado a provável (e absurda!) vitória de Eduardo Leite. Ela nos mostra o quanto ainda somos ingênuos politicamente. O quanto o velho ainda é capaz de enganar com a máscara alegre e sedutora do “novo”. Porém, esse não será a única razão da possível continuidade da administração pelotense. O PT de Pelotas (e isso também serve para Rio Grande) precisa urgentemente construir novas lideranças políticas, sob o perigo de perder votos populares para outros candidatos “esquerdistas” que surgem e desaparecem como um meteoro. Por outro lado, as alianças do Segundo Turno pelotense refletem o estágio da organização das esquerdas no Brasil: meramente juvenil! É claro quando vemos o egoísmo partidário, burro e inconsequente, quando assistimos o candidato do PSOL, Jurandir Silva, não apoiar Marroni nessa reta final. Essa posição “murista” comprova que, em matéria de arranjo contra o adversário comum, a esquerda brasileira (ou os que se dizem a ela pertencer) ainda tem muito o que aprender com os partidos mais reacionários. O PSOL não consegue ver diferença entre Marroni e Eduardo Leite. Precisa seriamente de uns óculos ou conhecer a recente História Brasileira...


- Queria muito saber até onde vai o direito do cidadão frente aos parquímetros. Qual a lei que obriga o motorista a TER moedas para pagar o tempo de estacionamento de seu carro. Obrigar a pagar é uma coisa, TER moedas é outra! Na hora de estacionar há somente duas opções: ter moedas suficientes para o pagamento ou, ainda, rezar para que o fiscal esteja no ponto para trocar suas cédulas. Esqueci a terceira: estacionar e torcer para que o fiscal de sua rua não exista. Algo comum de acontecer, mas difícil de se ter a certeza dessa condição.


Consumo de berço


- Na última sexta-feira (dia 26) a Microsoft lançou no mercado o seu novo sistema operacional batizado de Windows 8. Até aí tudo bem, isso é bastante normal para uma empresa que busca aperfeiçoar e manter seus compradores, mas o que estranha muito é a inexplicável necessidade que alguns consumidores sentem frente a esses lançamentos. Lojas em todo o mundo foram abertas às 24:00 horas, formando filas intermináveis de consumidores sedentos pelo novo produto. Qual a razão de se trocar uma noite de sono por um produto que certamente estará lá, ao alcance de todos, em qualquer loja de informática na manhã seguinte? Qual o sentido de ser o primeiro, segundo ou terceiro comprador de um produto que daqui a 6 ou 7 anos  se tornará ultrapassado nesse mesmo mercado?
Essa fanática ânsia que o consumidor do Windows 8 demonstrou nessa última sexta-feira só é mais um sintoma de como o planeta está profundamente debilitado.

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